Foi em Scala, no reino de Nápoles, na Itália, que a Divina Providência suscitou nossa mínima Ordem.
Onze moças de famílias distintas reuniram-se, com a licença de Monsenhor Falcoia, Bispo de Castelamare, para se prepararem para a vida religiosa.
Propunham-se a adotar a Regra de São Francisco de Sales: Deus, porém, fez conhecer a uma delas -a Beata Madre Maria Celeste-, por uma revelação, que sua Vontade era a fundação de uma nova Ordem.
Nosso Senhor Jesus Cristo revelando-se a ela após a sagrada comunhão em 25 de abril de 1725, fez-lhe compreender que um novo Instituto seria fundado no mundo por seu intermédio e que todas as Regras e Leis que nele se deviam observar, seriam uma imitação de Jesus Cristo Redentor. Por obediência à mestra de noviças redigiu o texto “Instituto e Regras do Santíssimo Salvador contidos nos Santos Evangelhos”.
A aprovação foi alcançada depois de um atento exame por parte de um conselho de teólogos napolitanos, solicitado pelo Pe. Falcoia, e em seguida a não poucas dificuldades por parte dos superiores e de algumas coirmãs. Foi determinante, para a solução da contenda, a contribuição de um sacerdote napolitano, Pe. Afonso Maria de Ligório, o grande santo e doutor da Igreja, fundador do ramo masculino do Instituto.
Em 1749 as duas Regras foram enviadas à Santa Sé. As dos Padres receberam a aprovação em 1749 e as das Religiosas a 8 de junho de 1750, pelo Papa Bento XIV, de saudosa memória. Foi, então, que os Missionários e as Monjas mudaram o nome de Santíssimo Salvador pelo de Santíssimo Redentor.
Mais tarde, Santo Afonso sendo Bispo de Santa Ágata, chamou para sua Cidade Episcopal, quatro Religiosas de Scala a fim de estabelecer em sua Diocese um Mosteiro da Santíssimo Redentor. Ele mesmo organizou a nova fundação e a enriqueceu de numerosos escritos: avisos, regulamentos, dentre outros registros que constituem um dos maiores tesouros da Ordem.
Longe ou perto, Santo Afonso nunca perdia de vista as necessidades de suas filhas, ajudava as Superioras com seus conselhos, animava as súditas, excitando-as ao fervor, por cartas cheias de unção que respiram seu caráter e sua viva piedade.
No ano de 1831, a Ordem estendia-se além dos Alpes. Viena, na Áustria, foi o primeiro Mosteiro que se estabeleceu fora da Itália.
O Papa Leão XII deu uma bula ao Revmo. Padre Passerat, Vigário-Geral dos Redentoristas, pela qual concedia-lhe o poder de estabelecer a Ordem e de fundar mosteiros, com as modificações exigidas pela época e pelas Leis do País.
Em 1841, Sua Exa. Revma. Dom Boussen, Bispo de Bruges, na Bélgica, pediu ao Arcebispo de Viena algumas Religiosas, a fim de fundar um Mosteiro em sua cidade episcopal, o que foi concedido.
Deus abençoou essa Fundação da qual saíram os Mosteiros de Malinas em 1855; Velp na Holanda em 1858; Dublim na Irlanda em 1859; Louvain em 1874; e finalmente, em 1921, o Mosteiro de Bruges fundou na Terra da Santa Cruz o Mosteiro da Imaculada Conceição na cidade de Vassouras/RJ, que pouco tempo depois foi transladado para a cidade de Itu/SP.
O Mosteiro da Santa Face
O Mosteiro da Santa Face e do Puríssimo e Doloroso Coração de Maria foi fundado em 1969 pela Reverenda Madre Maria Letícia da Virgem Dolorosa. A história do Mosteiro, porém, começa um pouco antes.
Descendente de ilustre e tradicional estirpe mineira, a Revda. Madre Maria Letícia, cujo nome de batismo era Maria Julieta da Gama Cerqueira, nasceu em 10 de março de 1900, na cidade de Belo Horizonte. Consagrou-se desde cedo à vida religiosa, ingressando na Congregação das Servas do Espírito Santo, em Juiz de Fora/MG. Naquela cidade, e depois em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, dedicou-se à formação da juventude feminina.
Transferiu-se então, com a autorização e aprovação do seu diretor espiritual, o Padre Carlos, Redentorista holandês da então província de Belo Horizonte, para o Mosteiro das Monjas Redentoristas de Itu/SP.
Em setembro de 1951 a Revda. Madre Maria Letícia -que era então uma simples Irmã- precisou voltar à capital mineira para fazer um tratamento médico, pois adoecera gravemente. Foi nesta ocasião que o arcebispo de Belo Horizonte, S. Exa. Revma. Dom Antônio dos Santos Cabral, convidou-a para fazer uma fundação em sua diocese. Madre Maria Letícia comunicou imediatamente à Superiora do mosteiro de Itu, que convocou o Capítulo para decidir se a fundação ocorreria e quais Irmãs iriam fazer parte dela. Tendo sido aprovada pelo Capítulo, a fundação do Mosteiro do Imaculado Coração de Maria na capital mineira ocorreu em março de 1952.
Em 1969, quando as novas normas exigidas pelo Concilio Vaticano II estavam sendo colocadas em prática, Madre Maria Letícia e outras 11 Irmās tiveram que deixar a diocese, pois desejavam continuar observando tanto a Regra antiga quanto a liturgia tradicional para a Santa Missa e o Ofício Divino. Foi então que, já em Diamantina/MG, Madre Maria Letícia funda oficialmente o Mosteiro da Santa Face e do Puríssimo e Doloroso Coração de Maria em 13 de outubro de 1969, como cumprimento de uma promessa feita a Deus caso ela conseguisse conservar sua vocação Redentorista.
Após um ano e dois meses na cidade mineira, o Mosteiro foi recebido, em 26 de julho de 1970, por Dom Antônio de Castro Mayer na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ. Madre Maria Letícia falece em 2 de maio de 1974 aos seus 74 anos de vida e 45 de vida religiosa.
Nesta cidade o Mosteiro ficou instalado durante 33 anos. Finalmente, em 2003, após a comunidade ter passado por uma grande tribulação interna, 4 monjas conseguiram de Roma a transladação para a cidade de São Fidélis/RJ para ficarem sob os cuidados da Administração Apostólica São João Maria Vianney, e poderem assim, conservar os costumes, regras e liturgia tradicionais.
Desejosas de ampliarem o prédio do mosteiro para acolherem mais vocações, e ficarem mais próximas da Congregação Redentorista, as monjas solicitaram de Roma a transladação para a diocese de Formosa/GO, na qual foram acolhidas por S. Exa. Revma. Dom Adair José Guimarães. Nesta cidade e diocese elas esperam poder frutificar em número e em santidade, para continuarem assim, cumprindo sua missão de mostrar ao mundo que "junto de Cristo a redenção é copiosa." (Sl. 129)
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