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Testemunho

Vocacional das Irmãs

Reverenda Madre Maria da Penha do Divino Espírito Santo

Em 1941, quando eu tinha cinco anos de idade, Madre Gertrudes, fundadora das Irmãs de Jesus na Ss. Eucaristia, do colégio Cristo Rei de Cachoeiro de Itapemirim, estado do Espírito Santo, foi na casa de meus pais pedir ajuda para a fundação que ela estava fazendo. Eu nunca tinha visto uma religiosa, pois meus pais moravam na fazenda do meu avô, que ficava distante da cidade. Enquanto ela ficou em casa eu não saía de perto dela, pois fiquei muito encantada. Aos nove anos, quando eu estava na escola da fazenda, um Irmão Marista foi à escola e perguntou para os meninos se havia alguém que queria ser Irmão Marista e às meninas se queriam ser religiosas em um convento do Rio que recebia crianças. Ele foi à casa de meus pais, que ficava perto da escola, mas papai disse que eu era ainda muito pequena e não sabia o que estava falando, e que, quando eu crescesse, seu eu quisesse ser religiosa, ele deixaria. Aos dezessete anos, por ocasião de uma missão dos Padre Redentoristas, presidida pelo Reverendíssimo Padre Alberto Vieira de Araújo, falaram sobre a vida consagrada e perguntaram que quem quisesse ser religiosa poderia dar o nome. Eu falei com mamãe, ela ficou muito contente, e mandou-me falar com o papai. Eu falei... ele deu uma rodada e... disse que pode, mas que ele desejava que eu ficasse mais perto, e que eu pudesse ir em casa a passeio. Aconteceu que, o Pe. Alberto tinha arranjado tudo para eu ir para Belo Horizonte, no mosteiro da Madre Letícia, que era de clausura. Papai chegou a ir comigo até o mosteiro... falou para a Madre que ele estava dando para ela o braço direito dele. Depois ele conversou comigo e disse: “a Madre falou que você não poderá mais ir em casa... se você quiser pode voltar agora comigo”. Eu respondi: “eu vou ficar, se eu não gostar eu escrevo para o senhor me buscar”. E ao despedir-me dele ele segurou minha mão e disse: “se você quer ser feliz, obedeça”. Palavras de um pai... graça a Deus aqui estou e amo minha vocação.


O meu maior apoio foi minha querida mãe; papai também nunca foi contra, mas queria que eu ficasse mais perto. Amaro, meu irmão, estava com 5 anos quando ele soube que eu iria para o mosteiro. Ele disse-me: “não deixo! não deixo!”. Osvaldir, com 8 anos, na hora da despedida, se encolheu todo e não quis abraçar-me. Luiza, com 11 anos, estava fazendo admissão no colégio Cristo Rei, eu fui ao colégio despedir-me dela, mas ela ficou muda e não disse uma palavra; depois ela escreveu- me dizendo que naquele dia ela não sabia quanto doía uma saudade. Jair foi comigo até o ponto de ônibus e depois sumiu sem despedir-se de mim... Ninguém me influenciou.


Fiz a 1a comunhão aos 9 anos, fui preparada por minha professora, depois entrei na cruzada eucarística, e aos 15 anos entrei na Pia União das Filhas de Maria.

Tenho muita devoção a Sagrada Família; sempre que alguém me pede orações para resolver um negócio ou arranjar um emprego, eu falo para mandar celebrar uma missa em honra da Sagrada Família pelas almas do purgatório, e graças a Deus se obtém bom resultado. Gosto muito de São Miguel Arcanjo, dos Anjos da Guarda; gosto também de São João Batista, pois era o padroeiro da igreja que frequentava. Gosto muito de ler a vida dos santos e os livros de nossos santos fundadores. Rezo muito a jaculatória “Atraí-me, Senhor, e minha alma Vos glorificará!”.

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